Temos pressa da ternura
que pensamos surgir numa das ondas que nos embala
durante o caminho.
Temos inquietação
pela ânsia de dar.
Guardamos as imagens mudas do que já passou
e o silêncio do que ainda bate dentro de nós.
Restamos nós.
Só nós.
Sós.
Sós de nós.
Embalam-nos as ondas que nascem e logo morrem
até chegarmos ao mar calmo.
Nós. Bichos teimosos, perdidos, às voltas, olhando a neblina que nos cega da razão.
E então.
Criamos imaginação.
Os motores são desligados.
Chegamos porque sim.
Porque nos deixamos ir.
Sós.
Nós.
Num embalo provisório sem fim.
Picture: Aurora, F. W. Murnau (1927)
provisório sem fim ... como tudo na vida.
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