segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vai o movimento...

Mas se voltarmos apenas um pouco que seja para as fontes respiratórias, plásticas, activas, da linguagem, se relacionarmos as palavras com os movimentos físicos que lhes deram origem, se o aspecto lógico e discursivo da palavra desaparecer sob seu aspecto físico e afectivo, isto é, se as palavras ao invés de serem consideradas apenas pelo que dizem gramaticalmente falando forem ouvidas sob o seu ângulo sonoro, forem percebidas como movimentos, (...) a linguagem da literatura se recomporá, se tornará viva; e ao lado disso, como nas telas de alguns velhos pintores, os objectos por-se-ão a falar.

Antonin Artaud, Carta a Jean Paulhan
28/05/1933

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