Primeiro ele, sempre ele primeiro, contando coisas quotidianas: das duas frutarias que tinham ido, do lanche nas "Estrelas Brilhantes", das compras no supermercado, dos óculos novos da avó.
Depois ela, surpreendentemente alegre... feliz de me ouvir. Relembra-me das "sol"dadinhas que tem minhas... dos "ai que maravilha" que gritávamos quando vinha uma onda no mar...
As vozes são muito ternas, e eu imagino-os na pequena salinha do telefone: de sofás escuros, janela alta de águas furtadas com cortina branca a ouvirem-se, a ouvirem-me com o coração a bater de segundo em segundo. Consigo ouvir os corações deles, aqui de longe, e peço-lhes, carinhosamente, que não se modifiquem até à minha chegada... porque partir sozinha para ir viver noutro país distante é errar achando que tudo fica igual...
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