Entramos no Mercado Central e damos de cara com as empadas de milho. Nem sempre há, mas quando há comemos de pé a olhar um para o outro.
Depois, seguimos pelo labirinto.
Cheiros de toda a espécie surgem enquanto, perdidos, tentamos achar a banca do açaí.
O ritual é bonito. Banana. Granola. Ultimamente peço chocolate mas acabo sempre por não adicionar e ele fica perdido na mesa.
Saímos e está sempre sol. Lá fora já não há ritual. Só nós que somos ritual de nós próprios. Ritual um do outro. Há meses que nos fazemos parte e olhamos nos olhos, que se modificam a cada dia.
A minha mãe diz-me para eu levar para Portugal algo que eu goste aqui e que não haja lá. Só açaí, empada de milho e um ritual de olhar nos olhos dele.
Está frio para o açaí, está frio para a empada de milho e há saudade para os olhos que ficam e anseiam se encontrar de novo.
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