Bebemos às escondidas
Em copos intactos
Vinho que talvez
Fosse para nós.
Bebemos às escondidas
Por entre as turbas
Que se moviam para o sol.
Era à saída dos nossos labirintos
E faltava-nos firmeza nas mãos.
As delícias do azul reservavam-se para a colina,
o cimo das árvores
E o ocioso gavião.
Tivemos a nossa hora e julgámos possível
Proteger as planícies e o próprio espaço.
Amámos às escondidas
E soubemos que não pode curar-se
Em pouco tempo alegria excessiva.
guillevic
élégie, fxécutoire (1947)
vozes da poesia europeia III
O que é que se faz com um poema destes?
ResponderEliminarParece que lê-lo vezes sem conta não é suficiente... que ele é maior que nós cada vez que o revisitamos... como se não houvesse espaço para tamanho prazer... como posso reinventar a leitura?