terça-feira, 21 de janeiro de 2014

As coisas que procuro

As coisas que procuro
Não têm nome
A minha fala de amor
Não tem segredo.

Perguntam-me se quero
A vida ou a morte.
E perguntam-me sempre
Coisas duras.

Tive casa e jardim.
E rosas no canteiro.
E nunca perguntei
Ao jardineiro
O porquê do jasmim
- Sua brancura, o cheiro.

Queiram-me assim.
Tenho sorrido apenas.
E o mais certo é sorrir
Quando se tem amor
Dentro do peito.

(Hilda Hilst)

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