terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Embalo Provisório
Temos pressa da ternura
que pensamos surgir numa das ondas que nos embala
durante o caminho.
Temos inquietação
pela ânsia de dar.
Guardamos as imagens mudas do que já passou
e o silêncio do que ainda bate dentro de nós.
Restamos nós.
Só nós.
Sós.
Sós de nós.
Embalam-nos as ondas que nascem e logo morrem
até chegarmos ao mar calmo.
Nós. Bichos teimosos, perdidos, às voltas, olhando a neblina que nos cega da razão.
E então.
Criamos imaginação.
Os motores são desligados.
Chegamos porque sim.
Porque nos deixamos ir.
Sós.
Nós.
Num embalo provisório sem fim.
Picture: Aurora, F. W. Murnau (1927)
que pensamos surgir numa das ondas que nos embala
durante o caminho.
Temos inquietação
pela ânsia de dar.
Guardamos as imagens mudas do que já passou
e o silêncio do que ainda bate dentro de nós.
Restamos nós.
Só nós.
Sós.
Sós de nós.
Embalam-nos as ondas que nascem e logo morrem
até chegarmos ao mar calmo.
Nós. Bichos teimosos, perdidos, às voltas, olhando a neblina que nos cega da razão.
E então.
Criamos imaginação.
Os motores são desligados.
Chegamos porque sim.
Porque nos deixamos ir.
Sós.
Nós.
Num embalo provisório sem fim.
Picture: Aurora, F. W. Murnau (1927)
domingo, 17 de junho de 2012
Dos parênteses da vida.
Das felicidades editadas entre semi círculos fechados.
Da curta crença em viver e da sua duração.
Do respirar e ser respirado.
Das novas experiências que se abrem no branco e se fecham na cor que lhe demos.
Da vontade destes parêntesis ficarem abertos por muito tempo.
Neste, eu ainda tenho cores a dar.
Primeiro dia de filmagens de "A Cidade onde envelheço"
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo.
dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Faz-me o favor...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor - muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor - muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
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