A Cela é uma aldeia na Galiza quase desaparecida da face da terra com um casal, Júlio e Dourinda, numa tarde sem pretensões e a montanha bem perto.
Moram quatro famílias na aldeia. Metade ainda está de pé, mas a outra, onde estavam a vida, os homens e os animais, ficou toda encerrada dentro das memórias.
Um rapaz e uma rapariga, que passeavam a ver as pedras sobre as pedras, chegaram ao meio daquele silêncio para tentar ler o que estava escrito no ar. O tempo tinha devorado até as datas. Só ficaram ervas, pedras e um casal quase abandonado pelos ossos e pelos nomes.
E o rapaz e a rapariga escreveram qualquer coisa com um prego bem forte, sobre aquele lugar, como se quisessem ficar lá dentro gravados pelo tempo.