quarta-feira, 27 de março de 2013

Não há ordem na natureza

No entanto, por vezes as peças do museu mostravam, afinal, que eram peças de uma artilharia secreta e que apenas haviam aguardado o momento propício para se reorganizarem com outros objectivos. E assim, de repente, aquilo que parecia ter sido feito para um fim: a contemplação - os homens precisavam de cinema e a natureza parecia ser o filme que Deus escolhera para passar ininterruptamente em frente dos seus olhos -, aquilo que parecia poder ser enfrentado com uma atitude relaxada, ao ponto de se colocarem cadeiras para contemplar o nascer, o pôr do Sol e a neve, aquilo enfim que parecia apenas um aliado mais fraco, transformava-se, em breves instantes no mais forte dos inimigos.

Gonçalo M. Tavares in Aprender a Rezar na Era da Técnica

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